segunda-feira, 2 de setembro de 2013

BASTANTE OU BASTANTES?


     Ao compor o plural das palavras, a regra geral é:

   Adjetivo, numeral e artigo concordam com o substantivo em gênero e número.

 Exemplos:
  • A casa era feia.
  • As casas eram feias.
  • O palácio era lindo.
  •  Os palácios eram lindos.

Entretanto, há palavras que mudam sua característica de acordo com a palavra que acompanham: meio, bastante, caro, barato, muito e pouco. Então, 

  • Se exercerem função de numeral, adjetivo ou pronome indefinido, seguem a regra geral.
  • Se exerceram função de advérbio de intensidade, não flexionam, assim como os demais advérbios.

Exemplos:
  •  Tenho meia barra de chocolate. Tenho meio saco de pipoca. (numeral )
  •  Ana está meio preocupada. Henry está meio preocupado. (advérbio de intensidade)
  •  lugares bastantes para todos. (adjetivo)
  • Eles dormiram bastante. Elas dormiram bastante. (advérbio de intensidade)
  • A roupa estava cara/barata. O terno estava caro/barato. (adjetivo)
  • Essa casa custou caro. Seus vestidos custaram caro. (advérbio de intensidade)
  •  Muitos alunos vieram hoje. Muitas alunas vieram hoje. (pronome indefinido)
  • Seus filhos são muito inteligentes. Ele é muito esperto. Ela é muito sagaz. (advérbio de intensidade)
  • Poucas pessoas foram viajar ontem. Poucos operários faltaram esta semana. (pronome indefinido)
  • Fala-se pouco sobre ele. Ela é um pouco tímida. (advérbio de intensidade) 
 
       Dica: se a palavra bastante puder ser substituída por muito/a, muitos/as, será flexionada.
 
  •  O casal perdeu bastantes (muitos) momentos preciosos.
  • Comi bastantes (muitas) bananas.
  • O time perdeu bastantes (muitas) oportunidades. 
 




sexta-feira, 19 de julho de 2013

PROTOCOLAR OU PROTOCOLIZAR?





Conjugação do verbo: protocolizar
 
Indicativo
Presente Pret. Perfeito Pret. Imperfeito Pret. Mais-Que-Perfeito Futuro
protocolizo
protocolizas
protocoliza
protocolizamos
protocolizais
protocolizam
protocolizei
protocolizaste
protocolizou
protocolizámos
protocolizastes
protocolizaram
protocolizava
protocolizavas
protocolizava
protocolizávamos
protocolizáveis
protocolizavam
protocolizara
protocolizaras
protocolizara
protocolizáramos
protocolizáreis
protocolizaram
protocolizarei
protocolizarás
protocolizará
protocolizaremos
protocolizareis
protocolizarão
Conjuntivo Infinitivo
Presente Pret. Imperfeito Futuro Pessoal Impessoal
protocolize
protocolizes
protocolize
protocolizemos
protocolizeis
protocolizem
protocolizasse
protocolizasses
protocolizasse
protocolizássemos
protocolizásseis
protocolizassem
protocolizar
protocolizares
protocolizar
protocolizarmos
protocolizardes
protocolizarem
protocolizar
protocolizares
protocolizar
protocolizarmos
protocolizardes
protocolizarem
protocolizar
Condicional Imperativo Gerúndio Particípio Passado

Afirmativo Negativo (não, nunca)

protocolizaria
protocolizarias
protocolizaria
protocolizaríamos
protocolizaríeis
protocolizariam
protocoliza
protocolize
protocolizemos
protocolizai
protocolizem
protocolizes
protocolize
protocolizemos
protocolizeis
protocolizem
protocolizando protocolizado

Fonte: Priberam, dicionário


terça-feira, 18 de junho de 2013

Para Vicente Matheus, imprestável tinha outros significados.

imprestável

adj. 2 g.
Que não presta; inútil.

"O Sócrates é inegociável, invendável e imprestável!"

Ex-presidente do Corinthians, Vicente Matheus (1908-1977), referindo-se à negociação do jogador Sócrates (1954-2011).
Vicente Matheus
Sócrates
 

sábado, 1 de junho de 2013

Vez da palavra: Lácio

Lácio: antiga região da Itália Central, entre a Toscana e a Campânia, ao longo do mar Tirreno. Os seus habitantes chamavam-se Latinos. Sua capital é Roma.

Fonte: Dicionário Prático Ilustrado Larousse

                    Língua Portuguesa

                                                                 Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!


No soneto “Língua Portuguesa”, o poeta brasileiro Olavo Bilac (1865-1918) escreve no primeiro verso “Última flor do Lácio, inculta e bela”, se referindo ao idioma Português como a última língua derivada do Latim Vulgar falado no Lácio, uma região italiana.
As línguas latinas (também chamadas de românicas ou neolatinas) são aquelas que derivaram do Latim, sendo as mais faladas: Francês, Espanhol, Italiano e Português.
O termo "inculta" usado pelo poeta, se refere ao Latim Vulgar falado por soldados, camponeses e camadas populares. Era diferente do Latim Clássico, empregado pelas classes superiores. Para Olavo Bilac, a Língua Portuguesa continuava a ser "bela", mesmo sendo originada de uma linguagem popular.

ITÁLIA, POR REGIÃO

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Vez da palavra: LOQUAZ

adjetivo de dois gêneros
1    que fala muito, que demonstra prazer em falar; verboso, falador
2    Derivação: por extensão de sentido.
que fala com eloquência, com facilidade; facundo, magníloquo
3    Derivação: sentido figurado.
que provoca rumor, ruído, fragor

FONTE: HOUAISS, 2009.



sábado, 12 de janeiro de 2013

Vez da palavra: biltre

biltre 
(francês bélître, mendigo) 

adj. 2 g. s. 2 g.

Que ou quem é desprezível.

Fonte: Priberam dicionário


Caluda, Tamborins (Ou de Como o Biltre do Demo Enredou Na Sua Parlanda a Trêfega Natércia)


Compositor: Mário Lago
Cantor: Eduardo Dusek

Caluda, tamborins, caluda!
Um biltre meu amor arrebatou.
No paroxismo da paixão ignota
Supu-la um querubim, não era assim.
Caluda, tamborins, caluda!
Soai plangentemente, ai de mim.

Vimo-nos num ror de gente
E, sub-repticiamente,
O olhar seu me dardejou.
Cáspite, por suas nédias madeixas
Que suaves endechas
Em pré-delíquio o pobre peito meu trinou.
Fomo-nos de plaga em plaga,
Pedi-lhe a mão catita,
Em ais de êxtase m'a deu.
E o dealbar de um amor
Em sua pulcra mirada resplandeceu, olarila!

Férula, ignara sorte
Solerte a garra adunca
Em minha vida estendeu!
Trêfega ia a minha natércia,
Surge o biltre do demo,
Rendida à sua parlanda, ela se escafedeu.
Vórtice no imo trago.
São gritos avernais
Que no atro ódio exclamei.
Falena sou, desalada...
Ó numes, ouvi-me: aqui del-rey!