segunda-feira, 22 de outubro de 2012

ATIVIDADE DE LEITURA E ESCRITA
















“Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito (...) Às vezes, sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto ao colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.” (Felicidade Clandestina, Clarice Lispector)

A menina da história do fragmento acima queria muito poder ler aquele livro.
Imagine que você foi a uma biblioteca ou livraria e que viu um livro que lhe impressionou muitíssimo. Faça uma narrativa em 1ª pessoa descrevendo esse livro e porque desejou que ele estivesse com você mesmo que por algumas horas ou alguns dias.

Use as gravuras acima para dar apoio ao seu texto.

Instruções complementares:
1.      O texto deverá ter entre 25 e 30 linhas.
2.      Fazer uma breve descrição da livraria ou biblioteca escolhida.
3.      A narrativa deverá mencionar o nome do livro, seu autor e o assunto que ele aborda, bem como ser indicado para o público infantojuvenil.
4.      Usar caneta azul ou preta. Redações a lápis não serão aceitas.
5.      Dar um título ao texto.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O QUADRO EDUCACIONAL BRASILEIRO*



Introdução

Este trabalho vem dar um resumo sobre o quadro educacional brasileiro, mostrando as diferentes etapas da criança durante seu período escolar, proporcionado uma visão rápida sobre o que há dentro da nossa realidade, identificando o que é importante, além de promover sugestões do que seria ideal para que a vida escolar de nossos alunos tivesse melhor qualidade.

Pré-escola

            A pré-escola é fundamental para todas as crianças e muito mais importante para as crianças mais pobres que deveriam ingressar nas escolas já aos quatro anos de idade para que pudessem ter maiores chances de sucesso.
            O processo de educação de toda criança deve ser baseado em processos pedagógicos consistentes com professores especializados em educação infantil, pois disso depende que o ensino fundamental e médio sejam percorridos sem grandes dificuldades.
A educação pré-escolar é a primeira etapa da educação básica e destina-se às crianças a partir de dois a três anos de idade e visa o desenvolvimento integral da criança e tem características próprias que a distinguem dos outros níveis de ensino.
Em alguns países da Europa, por exemplo, 100% das crianças de quatro anos de idade já estão na escola e, em alguns há uma forte tradição de alfabetização por parte das famílias. Nesse último caso, a totalidade das crianças de sete anos matriculada na 1º série já está dominando a leitura elementar.
Conclui-se que é preciso começar o mais cedo possível e que os bons exemplos de outros países, apesar de serem considerados impensáveis para o Brasil, podem ser, ao menos, dar parâmetros para se procurar o melhor para nossas crianças.                                                             

Alfabetização de crianças

             A falta de processos científicos e a má condição desses mesmos processos quando existem, levam os alunos, em fase de alfabetização, a fracassar nesse momento tão importante de suas vidas.
            Alguns métodos de alfabetização em alguns países são originados na “whole language”, que foi incorporada e consolidada nos anos 90 no Brasil, foi posta de lado pela França e nos EUA existem fortes oposições contra esse tipo de moda pedagógica.
            Há índices que evidenciam a má alfabetização no Brasil: 55% das crianças em situação muito crítica ou crítica de leitura, segundo o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).  Tarefas simples em testes de leituras não são resolvidas por esses alunos.
            Para melhorar os processos de alfabetização são necessários docentes competentes nessa área específica, além de materiais adequados para a faixa etária, bem como processos sistemáticos, ordenados e metódicos.
Aprender a ler e a escrever não é processo natural, mas é fundamental para o desenvolvimento de qualquer criança.


Ensino da Leitura

O letramento, que se aplica a todas as áreas do conhecimento (matemática, ciências, humanidades) é uma etapa muito importante para uma educação de qualidade. O letramento deve ser uma preocupação central do sistema de ensino ao longo da educação básica, pois é através dele que a pessoa adquire conhecimentos para interpretar textos e o mundo à sua volta.
De acordo com o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, um ensino que é focado na evolução da capacidade de leitura dos estudantes tem resultados melhores no letramento. Explorar as diferentes opiniões dos alunos por meio de debates, leitura e discussão de diversos gêneros textuais, estudo da gramática relacionada com textos, são medidas bastante eficientes no aprendizado.
A avaliação feita pelo Saeb, em 2003, mostra que 55% das crianças de 4ª série apresentam graves dificuldades em ler textos simples, curtos e também dificuldades na interpretação desses textos.
Apesar da melhoria em proficiência, se comparado com as estatísticas de 2001, o desempenho geral está abaixo do mínimo considerado satisfatório. O que se pode concluir é que a educação oferecida no Brasil ainda está muito deficiente.


Ensino da Matemática

 Ainda com base nos dados do Saeb de 2003, o aprendizado da matemática também precisa ser revisto, pois os resultados estão abaixo do que seria aceitável. Enquanto o padrão mínimo para alunos de 4ª série é de 200 pontos, o indicador nacional é de 177 pontos.
A matemática é um dos pontos mais importantes no aprendizado do aluno, tanto que os países melhor desenvolvidos na parte científica e tecnológica buscam garantir um melhor aprendizado da matemática no nível básico.
A aprendizagem adequada da matemática, além de ser muito importante para os alunos, produz também retornos sociais e melhoria na mão deobra futura e ajuda o país a ter um papel competitivo internacionalmente na área de tecnologia.
Sem dúvida, uma melhor capacitação dos professores faria toda a diferença no ensino da matemática. O domínio do conteúdo a ser ensinado e como ensinar é fundamental para que o professor desempenhe bem o seu papel.
É necessário que os alunos sejam incentivados a resolver problemas sempre relacionados ao cotidiano. Algumas atividades pedagógicas que façam o aluno refletir contribuirão muito para o seu aprendizado.
A premiação para alunos seria um bom incentivo para a aprendizagem da matemática, bem como a premiação para professores, porém, o que se deve enfatizar é a importância da matemática na educação do ser humano.


Fluxo escolar: impacto da repetência e da distorção idade-série no ensino fundamental

O principal desafio para as políticas públicas de educação básica, técnica e superior em todo o Brasil é o da qualidade e não existe qualidade sem um fluxo educacional regular.
Foram precisos muitos anos para convencer políticos e a opinião pública de que, na verdade, as crianças vão à escola em sua grande maioria, mas aprendem pouco, e começam a abandonar os estudos quando chegam à adolescência. O problema é a má qualidade das escolas e a repetência.
As avaliações educacionais e os levantamentos estatísticos no Brasil têm constatado que são altas as taxas de repetência e baixo os níveis de aprendizado na educação básica e a convivência com inaceitáveis níveis de inadequação idade-série são a tônica da educação básica no Brasil.
Sobre a distorção idade-série, fator gerador de desigualdades e de falta de aprendizado, tem-se, ainda, no Brasil, taxas maiores do que as de quase todos os países próximos dos patamares brasileiros de desenvolvimento.
De fato, há uma forte cultura de repetência instalada na qual os professores não avaliam as suas consequências para o indivíduo e para o funcionamento do sistema educacional. Conclui-se com facilidade, que o ensino fundamental é uma barreira para boa parte dos brasileiros. Está evidenciado que a reprovação não é a solução para a questão da qualidade do aprendizado, pelo contrário, alunos com histórico de reprovação apresentam sistematicamente patamares menores de desempenho, em comparação com grupos de alunos que nunca reprovaram.
Uma análise do perfil das crianças reprovadas mostra que elas em geral não frequentaram a pré-escola, são oriundas de lares com poucos recursos, seus pais têm pouca escolaridade, não têm acesso a livros, computadores e internet. São meninas e meninos pertencentes às famílias mais pobres do conjunto de estudantes.
O atraso escolar, consequência da reprovação e do abandono, figura com um dos fatores de baixo desempenho. Os dados indicam que a reprovação e o abandono devem estar entre as principais preocupações dos gestores educacionais, pelo impacto que têm na autoestima do estudante e no seu aproveitamento escolar.

 Ensino Médio: qualidade e fluxo, ensino técnico e tecnológico

O Ensino Médio é uma modalidade de ensino de responsabilidade exclusiva dos Estados Federados, com o apoio da União. Hoje, existem cerca de nove milhões de estudantes no ensino regular e o número de alunos vem crescendo fortemente. O grande desafio é fazer com esses alunos tenham uma educação de qualidade e tenham sentido prático para os alunos.
Nos países desenvolvidos o processo de melhoria do ensino levou duas décadas para se chegar ao ensino de qualidade. No Brasil (onde a maioria das escolas acha que só precisa preparar o aluno para o vestibular), a educação média precisa diversificar seu atendimento, conhecer o que se pede fora da escola e principalmente associar educação aos objetivos de desenvolvimento social e econômico do país e das regiões. A maior parte do ensino médio deve ter conteúdos que preparem o aluno para a vida profissional, pois muitos desses alunos não terão a chance de cursar o ensino superior.
Oferecer a educação média como um meio de qualificação (sem esquecer a preparação para o ensino superior) é um meio de se conseguir avanços na educação.
Em alguns países desenvolvidos o estudante pode optar por dois caminhos para os seus estudos secundários.
Os problemas que existem no ensino médio são um pouco maiores do que no ensino fundamental. As taxas de reprovação e abandono são bastante altas. É necessário que se tomem medidas para que o sistema não entre em pane.
A situação da qualidade do aprendizado no ensino médio é muito crítica. Os indicadores de desempenho dos estudantes mostram que 39% dos alunos do 3º ano do ensino médio têm dificuldades em leitura e interpretação de textos. Os alunos com habilidades de leitura de textos mais complexos somam apenas 6%.
De acordo com a avaliação dos estudantes, entre 1995 e 2001 houve uma queda de 10% no desempenho em língua portuguesa, ficando as cinco regiões do país entre os estágios “crítico” e “intermediário”. Entre 2001 e 2003 houve uma leve melhora.
As médias nacionais, em leitura e matemática, são muito inferiores ao desempenho considerado adequado para alunos que estão terminando o ensino médio.
Dados que mostram o perfil social do aluno mostram que o ensino é mais ineficaz principalmente para os estudantes mais carentes. Hoje, temos uma grande quantidade de pessoas que estão concluindo o ensino médio sem preparo para o trabalho e sem condições para ingressar de forma competente no ensino superior.
Para que se tenha um ensino com qualidade é necessário reformular a estrutura do ensino médio, revendo o conteúdo que é ensinado e melhorando a capacitação dos professores.
Deve-se dar mais importância aos cursos técnicos, porém, sem vínculo com o ensino acadêmico, pois experiências anteriores mostram que essa combinação não teve êxito. Em 1971, as escolas públicas eram obrigadas a oferecer o curso acadêmico e o profissionalizante. Os resultados foram negativos, pois, por falta de recursos, as escolas não conseguiam oferecer um ensino de qualidade. Em meados 1980 esse modelo deixou de existir.
O que se pode concluir com essa experiência é que as instituições de ensino técnico devem ser separadas das instituições de ensino médio.


Escolaridade da população adulta e alfabetizada

A taxa de analfabetismo no Brasil é de 11,4 % (PNAD). Houve uma queda importante nos anos de 1994 a 2004, o que se pode perceber é que, de maneira geral, o contingente de analfabetos no país, algo próximo de 14 milhões de pessoas, compõe um estoque, fruto da falta de acesso à escola que marcava o país de forma acentuada até meados da década de 1980.
É caracterizado como analfabeto funcional o indivíduo que tem menos de quatro anos de escolarização formal. Para zerar o analfabetismo funcional deve-se garantir o acesso de todas as crianças ao ensino fundamental e que não haja evasão nas quatros primeiras séries.
A média de anos de estudo da população adulta (25 a 29 anos), em todo o Brasil, está em 7,0 anos (2004), o mais jovens, de 20 a 24 anos, já superam 8,7 anos de escolaridade em todo o Brasil. Vale ressaltar que a expansão da escolarização da população deve ser buscada em associação a uma educação de qualidade e eficiência no aprendizado.

 Professores

Para que se tenha ensino de qualidade é necessário que se tenham professores qualificados, bem preparados e valorizados pela sociedade.
A maior parte dos professores possui curso superior em instituições privadas, porém o problema não é seu nível de escolarização e sim a falta de preparo para lecionar, havendo poucos ensinamentos práticos e com programa de estágios longe da realidade do dia a dia.Um exemplo é o ensino de matemática. Pode ser que a maioria dos professores domine as habilidades de matemática, porém não tem o preparo para ensiná-las.
Os professores devem conhecer estratégias de ensino por faixa etária e também qual o melhor livro didático para as necessidades de seus alunos. Os docentes precisam ser cobrados quanto ao conteúdo previsto, mas também devem ser valorizados e bem pagos.
Nos países que obtiveram um sistema educacional de qualidade, os professores foram peças chaves para a qualidade do ensino. Quando o professor tem a oportunidade de refletir sobre as suas atividades, ele tem condições de melhorar sua técnica de trabalho.
O pouco acesso à informática e à internet é um fator que dificulta a atualização e o aperfeiçoamento dos professores brasileiros.
      
Conclusão

            O Brasil ainda deixa a desejar quando o assunto é educação. Existem esforços de várias esferas da sociedade para que o ensino melhore, mas os resultados, por vezes, são tímidos.
            Desde a pré-escola até o ensino médio, o que se vê é falta de qualidade do que se ensina aos alunos, muitas vezes, pela falta de qualificação dos professores que saem das instituições - que os deveriam ter preparados – sem noção de como realmente passar aquilo que foi proposto, além de, no caso do ensino da matemática – área de extrema importância -, não dominar o conteúdo do que deve ser ensinado.
            Contudo, nota-se a preocupação cada vez maior com o ensino brasileiro, como também com a inclusão de 100% de crianças na pré-escola e posterior conclusão do ensino médio, também em 100%, tendo-se consciência de que a reprovação é fator que deve ser combatido para que essa percentagem possa ser conseguida.
 

Bibliografia:

ARAUJO, Carlos H.. LUZIO, Nildo. Educação, uma aposta para o futuro.  Brasília: Missão Criança, 2006. Série Mania de Educação ; v.2




* Texto elaborado em 2008.