O
ENEM é um exame individual, de caráter voluntário, oferecido anualmente aos
estudantes que estão concluindo (egressos) ou aos que já concluíram o ensino
médio em anos anteriores (concluintes).
O
modelo de avaliação adotado pelo ENEM foi desenvolvido com ênfase na aferição
das estruturas mentais com as quais construímos continuamente o conhecimento e
não apenas na memória, que, mesmo tendo importância fundamental, não pode ser o
único elemento de compreensão do mundo.
Diferentemente
dos modelos e processos avaliativos tradicionais, a prova do ENEM é interdisciplinar e contextualizada.
O ENEM coloca o estudante diante de situações problemas e pede que, mais do que
saber conceitos, ele saiba aplicá-los.
O
exame não mede a capacidade do estudante de assimilar e acumular informações, e
sim o incentiva a aprender a pensar, a refletir e a “saber como fazer”.
Valoriza, portanto, a autonomia do jovem na hora de fazer escolhas e tomar
decisões.
Histórico
|
Uma
medida importante para democratizar o ENEM foi a isenção do pagamento da taxa
de inscrição para os alunos da escola pública. O apoio das Secretarias
Estaduais de Educação, das escolas de ensino médio e das instituições de ensino
superior (IES) foi outro fator decisivo para o sucesso do exame que teve a sua
1ª edição realizada, em 1998.
A
popularização definitiva do ENEM veio em 2004, quando o Ministério da Educação
instituiu o Programa Universidade para Todos (ProUni) e vinculou a concessão de
bolsas em IES privadas à nota obtida no Exame. No ano seguinte, o ENEM
alcançava a marca histórica de 3 milhões de inscritos e 2,2 milhões de
participantes. Em 2006, o ENEM estabeleceu novo recorde, com 3,7 milhões de
inscritos e 2,8 milhões de participantes.
O
principal incentivo para que os concluintes e egressos do ensino médio façam o exame é a possibilidade concreta de carimbar o passaporte de ingresso no ensino
superior. Afinal, a nota obtida no ENEM pode significar tanto uma bolsa
integral ou parcial do ProUni quanto a conquista de uma vaga em algumas das
mais prestigiadas instituições de ensino superior do País, entre elas as
universidades públicas mais concorridas.
O ENEM
pode ser visto como um bom exemplo de política de Estado, não de Governo, ou
seja, tem continuidade independentemente das alternâncias de governo.
O
desenvolvimento do ENEM, nos últimos dez anos, acompanhou as profundas mudanças
legais, organizacionais e curriculares que atingiram todas as etapas e
modalidades de educação, da pré-escola à educação superior.
O
principal objetivo do ENEM é avaliar o desempenho do aluno ao término da
escolaridade básica, para aferir desenvolvimento de competências fundamentais
ao exercício pleno da cidadania.
Além
disso, o ENEM tem como meta possibilitar a participação em programas
governamentais de acesso ao ensino superior, como o ProUni, por
exemplo, que utiliza os resultados do exame como pré-requisito
para a distribuição de bolsas de ensino em instituições privadas de ensino
superior.
A
alta participação dos estudantes no ENEM, mesmo se tratando de um exame
voluntário, faz dele um importante instrumento de diagnóstico do sistema: são
mais de 1,24 milhão de concluintes fazendo a prova,
mais da metade dos 2,4 milhões matriculados na 3ª série do ensino médio
(conforme Censo Escolar/ Inep 2006). O conhecimento do desempenho médio dos
estudantes por escola é um elemento que contribui para a melhoria do ensino,
além de se constituir um direito da sociedade.
A
divulgação das notas médias do ENEM por escola é importante pelos seguintes
motivos, dentre outros:
i) funciona
como um elemento de mobilização em favor da melhoria da qualidade do ensino;
ii) auxilia
professores, diretores e demais dirigentes educacionais na identificação de
deficiências e boas práticas no âmbito da escola. Caso o desempenho médio dos
estudantes de determinada escola se mostre significativamente distinto do
de outras escolas que recebem estudantes com perfil similar, isso pode
favorecer a troca de experiências para o aprimoramento do sistema.
De
fato, quando se comparou o desempenho médio por escola entre dois anos
consecutivos observou-se que quando a participação no ENEM aumenta, a posição
relativa da escola tende a cair, indicando a existência de um viés de
participação, qual seja: os melhores alunos tendem a participar mais do ENEM.
Na tentativa de contornar esse problema foi implementada uma correção das notas
por participação O objetivo dessa correção é representar a nota média da escola
caso todos os alunos matriculados nos anos finais do ensino médio (3as e 4as
séries) tivessem realizado o exame.
As
informações disponibilizadas referem-se às notas médias, por estabelecimento
de ensino, obtidas no ENEM 2006 para os alunos que se declararam concluintes
daquela escola.
A
exclusão dos egressos procurou evitar que um outro problema de viés de seleção
estivesse presente, uma vez que os egressos devem possuir um perfil
diferenciado dos concluintes.
A
consulta aos resultados por unidade escolar pode ser feita nos seguintes
agrupamentos:
a) Todas as modalidades de ensino;
b) Educação profissionalizante / nível técnico;
c) Todas unidades não profissionalizantes;
d) Ensino regular;
e) Educação de jovens e adultos.
O
ENEM é procurado por muitos estudantes como parte do processo seletivo para
acesso aos cursos de nível superior os quais, considerando que muitas instituições
utilizam-se apenas da nota na prova objetiva, não realizam ou realizam
parcialmente a redação.
É
importante ressaltar que as médias do ENEM por escola, assim como todo
resultado de avaliações realizadas em um único momento, refletem uma média de
desempenho dos alunos cujo conhecimento adquirido depende não só da qualidade
da escola em que estuda, como também de seu histórico escolar, familiar e da
comunidade onde está inserido, dentre outras variáveis.
*Texto elaborado em 2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário