segunda-feira, 15 de outubro de 2012

ENEM, UM EXAME DIFERENTE*



O ENEM é um exame individual, de caráter voluntário, oferecido anualmente aos estudantes que estão concluindo (egressos) ou aos que já concluíram o ensino médio em anos anteriores (concluintes).
O modelo de avaliação adotado pelo ENEM foi desenvolvido com ênfase na aferição das estruturas mentais com as quais construímos continuamente o conhecimento e não apenas na memória, que, mesmo tendo importância fundamental, não pode ser o único elemento de compreensão do mundo.
          Diferentemente dos modelos e processos avaliativos tradicionais, a prova do ENEM é interdisciplinar e contextualizada. O ENEM coloca o estudante diante de situações problemas e pede que, mais do que saber conceitos, ele saiba aplicá-los.
O exame não mede a capacidade do estudante de assimilar e acumular informações, e sim o incentiva a aprender a pensar, a refletir e a “saber como fazer”. Valoriza, portanto, a autonomia do jovem na hora de fazer escolhas e tomar decisões.

Histórico 

            Uma medida importante para democratizar o ENEM foi a isenção do pagamento da taxa de inscrição para os alunos da escola pública. O apoio das Secretarias Estaduais de Educação, das escolas de ensino médio e das instituições de ensino superior (IES) foi outro fator decisivo para o sucesso do exame que teve a sua 1ª edição realizada, em 1998.
A popularização definitiva do ENEM veio em 2004, quando o Ministério da Educação instituiu o Programa Universidade para Todos (ProUni) e vinculou a concessão de bolsas em IES privadas à nota obtida no Exame. No ano seguinte, o ENEM alcançava a marca histórica de 3 milhões de inscritos e 2,2 milhões de participantes. Em 2006, o ENEM estabeleceu novo recorde, com 3,7 milhões de inscritos e 2,8 milhões de participantes.
            O principal incentivo para que os concluintes e egressos do ensino médio façam o exame é a possibilidade concreta de carimbar o passaporte de ingresso no ensino superior. Afinal, a nota obtida no ENEM pode significar tanto uma bolsa integral ou parcial do ProUni quanto a conquista de uma vaga em algumas das mais prestigiadas instituições de ensino superior do País, entre elas as universidades públicas mais concorridas.
          O ENEM pode ser visto como um bom exemplo de política de Estado, não de Governo, ou seja, tem continuidade independentemente das alternâncias de governo.
O desenvolvimento do ENEM, nos últimos dez anos, acompanhou as profundas mudanças legais, organizacionais e curriculares que atingiram todas as etapas e modalidades de educação, da pré-escola à educação superior.
O principal objetivo do ENEM é avaliar o desempenho do aluno ao término da escolaridade básica, para aferir desenvolvimento de competências fundamentais ao exercício pleno da cidadania.
Além disso, o ENEM tem como meta possibilitar a participação em programas governamentais de acesso ao ensino superior, como o ProUni, por exemplo, que utiliza os resultados do exame como pré-requisito para a distribuição de bolsas de ensino em instituições privadas de ensino superior.
A alta participação dos estudantes no ENEM, mesmo se tratando de um exame voluntário, faz dele um importante instrumento de diagnóstico do sistema: são mais de 1,24 milhão de concluintes fazendo a prova, mais da metade dos 2,4 milhões matriculados na 3ª série do ensino médio (conforme Censo Escolar/ Inep 2006). O conhecimento do desempenho médio dos estudantes por escola é um elemento que contribui para a melhoria do ensino, além de se constituir um direito da sociedade.
A divulgação das notas médias do ENEM por escola é importante pelos seguintes motivos, dentre outros:

i)     funciona como um elemento de mobilização em favor da melhoria da qualidade do ensino;
ii)    auxilia professores, diretores e demais dirigentes educacionais na identificação de deficiências e boas práticas no âmbito da escola. Caso o desempenho médio dos estudantes de determinada escola se mostre significativamente distinto do de outras escolas que recebem estudantes com perfil similar, isso pode favorecer a troca de experiências para o aprimoramento do sistema.

De fato, quando se comparou o desempenho médio por escola entre dois anos consecutivos observou-se que quando a participação no ENEM aumenta, a posição relativa da escola tende a cair, indicando a existência de um viés de participação, qual seja: os melhores alunos tendem a participar mais do ENEM. Na tentativa de contornar esse problema foi implementada uma correção das notas por participação O objetivo dessa correção é representar a nota média da escola caso todos os alunos matriculados nos anos finais do ensino médio (3as e 4as séries) tivessem realizado o exame.
As informações disponibilizadas referem-se às notas médias, por estabelecimento de ensino, obtidas no ENEM 2006 para os alunos que se declararam concluintes daquela escola.
A exclusão dos egressos procurou evitar que um outro problema de viés de seleção estivesse presente, uma vez que os egressos devem possuir um perfil diferenciado dos concluintes.
A consulta aos resultados por unidade escolar pode ser feita nos seguintes agrupamentos:

a)    Todas as modalidades de ensino;
b)    Educação profissionalizante / nível técnico;
c)    Todas unidades não profissionalizantes;
d)    Ensino regular;
e)    Educação de jovens e adultos.

O ENEM é procurado por muitos estudantes como parte do processo seletivo para acesso aos cursos de nível superior os quais, considerando que muitas instituições utilizam-se apenas da nota na prova objetiva, não realizam ou realizam parcialmente a redação.
É importante ressaltar que as médias do ENEM por escola, assim como todo resultado de avaliações realizadas em um único momento, refletem uma média de desempenho dos alunos cujo conhecimento adquirido depende não só da qualidade da escola em que estuda, como também de seu histórico escolar, familiar e da comunidade onde está inserido, dentre outras variáveis.

ENEM 

*Texto elaborado em 2008




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